domingo, 10 de maio de 2009

Vamos lá então falar de Brancos Intensos…

Brancos Intensos



Brancos Intensos na PAIXÃO do VINHO curiosamente os vinhos apresentados nesta categoria são maioritariamente da Estremadura (nova região CVR Lisboa), chegamos ã conclusão de que nesta região se encontram dos melhores solos, para a elaboração desta categoria de vinhos, utilizando castas internacionais.


Contudo menos definidos mas também de nível superior e intensos, vos vamos apresentar dois Douros, belos representantes desta categoria, elaborados predominantemente com castas nacionais.

Mas antes de mais permitam-nos um enquadramento “macro” destes vinhos, em termos de região e quem sabe, se na sua próxima viagem estas dicas, não serão por Si aproveitadas para Lhe proporcionarem um momento de prazer, que dificilmente outra bebida lhe poderá proporcionar…

Assim nas regiões do Novo Mundo - Austrália, África do Sul, Chile, Argentina, Califórnia, Brasil e Nova Zelândia os climas mais quentes e solarengos produzem uvas com tendência para maior concentração de açúcar e assim mais alcoólicos, situação que difere substancialmente do plantio nas regiões frias do dito Velho Mundo, menos alcoólicos e menos concentrados, geralmente associados a uma menor acidez e intensidade aromática em consequência mais elegantes. Com muito sol, tudo fica amplificado, correndo o risco do exagero.

As castas utilizadas nessas regiões quentes são o Chardonnay, rei do sol nas uvas brancas, que se mostra versátil e bem adaptado em condições variadas: na Argentina tem-se explorado os vinhedos de maior altitude (até 1300 m); no Chile foram recentemente descobertos microclimas mais frescos (San Antonio, Leyda, Casablanca).

Outra variedade utilizada nessas regiões é o Sauvignon Blanc, uva nativa da França onde produz vinhos de grande elegância, mas que no Novo Mundo desenvolve acidez marcada e difícil de controlar, vinhos desequilibrados são o resultado da utilização descontrolada desta casta.
A Nova Zelândia é um caso à parte, pois ali as castas europeias, ditas velho mundo, encontraram espaço, clima e tecnologia, para dar o seu melhor, em especial a casta Sauvignon Blanc deparou-se com um microclima especial, sendo esta a casta mais plantada neste país, aliando muito sol a amplitudes térmicas diferenciadas, gerando vinhos que competem ou até superam os seus homólogos europeus. Se não tiver opção e se a carta, que lhe apresentam está repleta de vinhos desconhecidos, nos brancos ouse esta região, dificilmente será desiludido.
É ai também, que se utilizam com crescente sucesso castas portuguesas, como o Verdelho madeirense: http://www.sandalford.com/Estate-Reserve/Verdelho-Margaret-River/flypage.tpl.html.

PORTUGAL, como os restantes países da bacia do Mediterrâneo, é muito rico em variedades de uva branca, ou seja, aquilo a que normalmente chamamos de “casta”. É essa casta que confere ao vinho das suas características mais marcantes. Acontece que em Portugal a mesma casta tem por vezes nomes diferentes, conforme a região onde é plantada. Essa duplicação de nomes acaba por confundir o consumidor e por isso é necessário clarificar urgentemente este assunto. A actualização da sinonímia das castas, é um trabalho de paciência e moroso que se torna urgente concluir: http://www.ementadeportugal.com/vinho-castas.php.

Nós PAIXÃO do VINHO decidimos contudo só mencionar as mais importantes, e caracterizá-las em termos de aromas e gustação:


Alvarinho: casta antiga e de qualidade excepcional, responsável pela merecida fama dos vinhos brancos varietais produzidos na região do Vinho Verde, mais precisamente nas regiões de Monção e Melgaço. Tem um perfil floral e frutado muito característico, com notas de tília, erva-cidreira, madressilva, pêssego, toranja e maçã, tudo muito bem casado com a elevada acidez típica dos brancos frescos do Noroeste da Península Ibérica. Produz vinhos equilibrados, com boa estrutura e teor alcoólico. As suas qualidades também são utilizadas mais a sul, Setúbal, Estremadura (agora Tejo) e Alentejo, para adicionar acima de tudo os aromas florais e a acidez no paladar.



Arinto / Pedernã: uma das castas portuguesas mais antigas e de grande tradição, especialmente na região de Bucelas. Encontra-se difundida na maioria das regiões vitivinícolas, uma vez que uma das suas características é a capacidade de adaptação a diferentes terrenos e climas. A Arinto, que na região dos Vinhos Verdes é conhecida por Pedernã, tem na boa acidez um dos seus maiores trunfos, que se junta a uma estrutura de qualidade e um toque aveludado. O aroma é relativamente discreto, sobressaindo notas minerais, de maçã verde e limão. Casta de grande nobreza, produz vinhos que evoluem muito bem em garrafa, ganhando elegância e complexidade.


Encruzado: é considerada por alguns enólogos uma das grandes castas portuguesas, capaz de dar origem a excelentes vinhos brancos. É cultivada quase exclusivamente na região do Dão e requer particulares cuidados e atenções, para que dela se possa extrair os seus melhores aromas. Bem tratada, resulta em vinhos elegantes e complexos, com sugestões aromáticas minerais, de pimentão verde, rosas, violetas e citrinos. O tempo dá-lhe aromas e sabores de avelã e com fermentação em barricas de carvalho, sobressaem aromas de baunilha e uma boa envolvência e untuosidade na boca. A sua nobreza proporciona vinhos de grande longevidade, evoluindo bem durante décadas.



Fernão Pires/Maria Gomes: uma das castas portuguesas mais antigas e, de longe, a mais cultivada das castas brancas. Está espalhada por praticamente todas as regiões vitícolas, com destaque para o Ribatejo e a Bairrada, onde é mais conhecida por Maria Gomes. De grande capacidade produtiva, é também uma casta polémica, havendo quem a critique por dar vinhos demasiado planos, por falta de acidez, e de estar muito sujeita à oxidação. Mas, com o mesmo vigor, gabam-lhe os extraordinários dotes aromáticos e a capacidade de proporcionar a obtenção de vinhos distintos e de forte personalidade. Apresenta aromas cítricos maduros e notas de mimosa, tília e laranjeira, integrando-se na família de castas aromáticas como o Alvarinho, o Loureiro e o Moscatel.


Loureiro: cultivada sobretudo no Alto Minho, em terras do vale do Lima, é uma casta com um longo histórico e uma das principais responsáveis, nas últimas décadas, pela afirmação dos vinhos verdes brancos. Aromaticamente exuberante, há quem a considere, a par do Moscatel, a mais perfumada das castas portuguesas, sugerindo loureiro (e daí lhe virá o nome), tília, acácia, laranja e pêssego. Tal como acontece com o Alvarinho, o Loureiro é uma casta de grande tipicidade, usada também em vinhos de casta única. As suas excepcionais qualidades aromáticas constroem, com outras uvas da região, alguns dos melhores vinhos brancos portugueses.


Os Brancos Intensos na PAIXÃO do VINHO dos 6€ aos 12€:

Chardonnay 2007
Vinho Branco EstremaduraCasa Agrícola Ribeiro Corrêa, Lda.
Elaborado a partir de uvas da casta Chardonnay, vindimadas manualmente e fermentadas em barricas novas de carvalho francês. Após a fermentação o vinho foi submetido a "bâtonnage sur lies" durante 3 meses nas barricas onde fermentou. De aroma fino e perfumado, na boca apresenta-se fresco mas volumoso, com um excelente equilíbrio entre álcool, acidez e as notas bem integradas da madeira onde estagiou. A cor e o aroma denunciam a fermentação em barrica mas não inibem que o vinho mostre a fruta – maçã verde - com sugestões amendoadas e de tosta. Bem envolvente na boca, amanteigado no corpo, muito correcto na acidez que não o deixa ficar pesado, é branco de meia estação, para pratos de peixe com molho ou queijos de pasta mole.


5ªLagar Novo
Vinho Branco Estremadura 2007

Eng. Luís de Carvalho sob a sua batuta deste experiente fazedor de vinhos brancos recaiu a opção das castas em variedades, de grande mérito enológico, capazes de acrescentar qualidade ao panorama produtivo de vinhos brancos em Portugal:

Arinto – pela originalidade aromática e riqueza ácida.
Chardonnay – por ser uma referência mundial em vários tipos de vinho de grande qualidade e carisma.
Marsanne - pelo paladar cheio e corpo untuoso.
Viognier - pela originalidade, elegância e intensidade dum equilíbrio sedutor.

5ª do Lagar Novo 2007: Um blend de Viognier,10%, Chardonnay 10%, Marsanne 55%, Viognier 25%. Um vinho de alguma complexidade, ligeiramente frutado e muito fresco. Para acompanhar em grande este Verão.
Notas de Prova: Vinho com bom corpo e muito equilibrado, apresenta: Cor: citrina. Aroma: Fino e com alguma complexidade, lembrando mel e frutos exóticos muito frescos. Sabor: Aveludado, intenso, com boa acidez e muito persistente.

Quinta do Lagar Novo
Chardonnay – 2007
Vinho Branco Estremadura Reserva
Notas de Prova: Vinho volumoso, com bom corpo, elegante e muito equilibrado, excelente representante desta conhecida e apreciada casta. Cor: Amarela palha, claro. Aroma: À casta, fino e complexo, com algumas notas tostadas, lembra mel e baunilha. Sabor: Exuberante, fresco e harmonioso, revela madeira bem integrada num conjunto cheio, intenso e persistente.




Quinta do Lagar Novo
Viognier 2007
Vinho Branco Estremadura Reserva
Notas de Prova: Vinho com bom corpo e muito equilibrado, glorifica a originalidade e o perfil único desta casta. Cor: Amarela palha, claro. Aroma: À casta, fino e complexo, com algumas notas tostadas, lembra frutos, alperce com notas de fruto de caroço, algum citrino (limão) e mel. Uma suave nota a baunilha oriunda das excelentes barricas novas e algum vegetal de fundo, muito bem na boca com a tendência para os acentos fumados. Sabor caracterizado pelo ataque nervoso, cheio e intenso, mas harmonioso de excelente acidez e persistência. Feito a partir da casta Viognier, este vinho fermentou, parcialmente, em inox (32%) e meias pipas novas de carvalho francês (68%). Mostra uma bonita cor dourada, que acompanha bem os atraentes aromas. Mostra-se um vinho volumoso, algo untuoso e "dono" de uma acidez muito bem colocada. Um belíssimo exemplar da casta Viognier.



ODISSEIA
Branco 2007
Vinho Branco do Douro
De Jean Hugues-Gros da Região do Vale do Rio Távora, elaborado com as Castas Malvasia Fina(40%), Viosinho (30%) e Rabigato também (30%). Fermentação em cubas de inox, com control de temperatura a 15°C em 85% do lote final e os demais 25% fermentado em casco de carvalho francês de 400l. Foi engarrafado em Março de 2008. Cor citrina brilhante. Aromas de marmelo, frutos brancos e ligeiro aroma floral. Na boca, o vinho apresenta-se volumoso e bastante frutado, mineral com acidez integrada. Final de boca redondo e com boa complexidade. Pode ser servido como aperitivo. Também acompanha pratos de peixe, principalmente com molhos brancos.


ÁZEO
Branco 2007
Vinho Branco do Douro
Vinho da Região do Douro, feito a partir das castas 70% Viosinho, 20% Vinhas Velhas, nomeadamente Gouveio e 10% Rabigato provenientes de vinhas a 450m-500m de altitude na região de Alijó, Sabrosa e Porrais. São 5.500 garrafas de vinho que passou a 30% por madeira. Com uma cor citrina, o vinho mostra-se no aroma muito elegante, complexo e discreto, com notas muito frescas, cítricas e mesmo algum floral, evoluído posteriormente para algumas notas minerais e um ligeiro fumado proveniente da madeira. Na boca mostra-se fresco, puro, com uma acidez muito equilibrada, mas viva crocante, fino e complexo, concentrado, com um bom carácter de fruta viva e muito fresca, encorpado, excelente evolução e equilíbrio, com um final muito elegante, harmonioso e prolongado. Deve ser servido fresco, acompanhando bem qualquer prato de peixe.

E assim terminamos o capitulo dos vinhos BRANCOS INTENSOS, faltando agora os Brancos Barricados, com o desejo de uma semana cheia de sucessos.



Cumprimentos

Francisco Albuquerque e Filipe Santos

PAIXÃO do VINHO






(inspirado em inúmeros textos de Bloguistas e suas imagens)

domingo, 3 de maio de 2009

Os Brancos Leves para o Verão Quente

Alguns consumidores de vinhos, não se entendem quando têm prazer na degustação vinhos brancos, considerados "vinho para senhoras" ou então desprezados como “não-vinhos”…. Pois garanto-vos que é a evolução sensata de alguém, que estima a “Bebida mais civilizada do mundo…” em época de Verão. No nosso último mail asseguramos o seguinte: Que, “Quem consome vinho … (lembram-se das roupas?), sobe uma montanha civilizacional, passo a passo e jamais retrocede ao primeiro momento da caminhada…”
Queremos com este mail, Vos fazer descobrir os brancos, amigos de momentos desprendidos, grandes parceiros em experiências gastronómicas, elegantes presenças em reuniões de amigos ao fim da tarde. Em momentos não tão raros, nada substitui um vinho branco! Quais são então os grandes argumentos para o consumo de vinho branco?

Bem, a maior constatação é o de não ter taninos - presentes apenas na casca das uvas tintas - o que dá leveza, delicadeza, elegância, e muita personalidade irreverente. Ao contrário dos tintos, que frequentemente nascem da mistura de duas ou mais variedades de uvas, em assemblagem, nos brancos a tradição maior é fazer varietais - ou mono castas, termo mais utilizado nos tintos - com o objectivo de realçar as características da casta utilizada. Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viognier, Verdelho, Gouveio, Fernão Pires, Alvarinho, Riesling, Gewürztraminer, Trebbiano, Moscatel, e outras. Cada região do mundo tem as suas uvas brancas, como também a sua tradição no estilo de produzir vinhos brancos, pensemos nos vinhos verdes, por exemplo... Vale a pena provar vinhos invulgares, desconhecidos, para desvendar novas personalidades para o nosso paladar. E isso faz-se acima de tudo com a degustação de vinhos brancos!

Elaboração de Vinhos Brancos


Os vinhos brancos modernos são produzidos com uma técnica hoje crucial - a fermentação a frio - que preserva a riqueza de aromas e sabores, muito voláteis nas uvas brancas, assim os vinhos brancos ganham uma exuberância de aromas a fruta tropical, cítricos e florais.
Elaborar vinhos brancos tem tradição nas regiões mais frias da Europa, onde uvas tintas não crescem com vontade. Nessas regiões o Outono surpreende o viticultor, para assim a produção dos vinhos ocorrer já com temperaturas baixas, que dificultam a oxidação, inimigo principal do vinho branco, o que explica a qualidade tradicional dos Chablis da Borgonha, dos Pouilly-Fumé do Val de Loire, dos espectaculares Rieslings na Alemanha e na Áustria, país que ainda tem o seu “Grüner Veltliner” correspondendo a 36% de todo o plantio dos seus vinhedos, obviamente seco… E pensem lá aonde se fazem os melhores “Late Harvest”…

Vinho branco velho ... quase nunca presta…

Os vinhos brancos, não resistem ao tempo, por serem leves e delicados, são vinhos mais finos, não têm taninos, substancia essencial para envelhecer bem, como os tintos. Os brancos não possuem estrutura química para evoluir durante muito tempo em garrafa, fermentados a frio, para preservar aromas e sabores efémeros, os brancos devem ser bebidos jovens. Contudo vinhos brancos produzidos com uvas de “terroir” especiais - a Borgonha é o maior exemplo - têm capacidade de envelhecer, sobretudo se forem expostos a uma suave barrica francesa, que assim se tornam a excepção á regra na guarda de brancos. Porém, também estes perdem frescura, e com esta também os aromas frutados, captando progressivamente aromas terciários, como frutos secos, lácteos, aparecendo num contexto mais duro, totalmente distinto dos fáceis vinhos jovens.
Portanto, para usufruir da frescura divertida e deliciosa da maioria dos brancos, escolha colheitas recentes, desconfie das promoções de colheitas antigas, acima de 2 ou 3 anos os brancos já se modificaram, normalmente para pior…

Então vamos lá subdividir os vinhos brancos, consoante as ocasiões de consumo e recomendar os vinhos existentes na PAIXÃO do VINHO conforme o seu próprio posicionamento:

Brancos Leves
Nas regiões tradicionais da Europa, com clima frio, as uvas recebem pouco sol, desenvolvem menos açúcar e outros componentes e geram vinhos mais delicados e alcoólicos.
Delicados, aromáticos, elegantes, encantadores, são vinhos leves para acompanhar aperitivos, reuniões, entradas ou então um simples pôr-do-sol de Verão.

Sugestão da PAIXÃO do VINHO para brancos leves, leves muito leves:


Sôttal Light 2008: Com as castas Moscatel (50%), Arinto e Vital. As uvas são apanhadas à mão numa fase ligeiramente anterior à sua maturação final. Completamente desengaçadas, são ligeiramente esmagadas e prensadas a seguir para se obter um mosto fresco, leve e de boa acidez. O mosto obtido é chamado mosto de lágrima que após defecação estática pelo frio, é inoculado com leveduras seleccionadas e fermenta com controlo de temperatura à volta de 16ºC durante cerca de 20 dias. Após 5 meses de estágio em cubas de aço inox é engarrafado. O Sôttal resulta num Teor alcoólico de apenas 10%, contudo com um teor de açúcar de 10 gr/l, apresentando uma cor citrina clara característica do seu especial modo de vinificação. Com um aroma deveras fresco em que se destaca a casta moscatel, na boca é muito fresco e ligeiro, com notas de frutos tropicais e fim de boca equilibrado para um vinho com 10% de álcool. Ideal para ser consumido bem fresco a qualquer momento do dia, sozinho, a acompanhar snacks ligeiros, ou antes das refeições com entradas leves, saladas, tapas, cocktail de marisco e fruta. Deve ser servido a uma temperatura de 6-7ºC ou ligeiramente inferior.


Quinta do Cais 2007: O produtor, Dr. Graça Moura, da sua propriedade no Marco de Canavezes, apresenta um vinho que é, como afirma, um " novo paradigma " para a região. Ao contrário da grande acidez normal nos vinhos verdes, este Qtª do Cais, é criado á imagem das pretensões do produtor e apenas com uvas da propriedade, apresenta-se muito aromático ( frutos exóticos com notas tropicais ), macio, com acidez muito equilibrada e uma ligeira doçura que lembra os brancos alemães, ver de regiões frias... As castas são Loureiro, Alvarinho, Trajadura e Arinto, com um grau alcoólico de 12,4%, assim a época para vender e beber este vinho é o Verão; leve, aromático, normalmente com muita frescura dada pela sua acidez viva, quase sempre pronunciada e pouco alcoólico, este vinho será ideal para ser consumido em regiões quentes, onde as esplanadas abundam e os chapéus claros tapam e protegem as carecas enrubescidas pelos raios solares impiedosos...Nós PAIXÃO do VINHO procurámos intensamente por este vinho, que expusesse todas as qualidades da região, mas que fosse menos ácido, sem gasificação, mais vinho branco contudo mantendo os aromas, macio, acidez sim, mas porque não com uma ligeira doçura, a lembrar-nos os bons brancos germânicos mas sem deixar de ser um Vinho Verde… Alguns enólogos, que trabalham nesta região foram formados e agregaram experiencias em países teutónicos, eles não deixam de aplicar as suas aprendizagens com desfechos cada vez mais aceites como excepcionais … Desafio-Vos a seguir o nosso caminho e confirmar a nossa surpresa, após provar o Qtª do Cais.

Sugestão da PAIXÃO do VINHO para leves, mas menos leves, mas brancos á beira dos intensos:

Lost Village Branco 2007: Estando o Rui Reguinga e o Francisco Albuquerque a fazer o nosso primeiro Vinho, Primeira Paixão, um Verdelho madeirense, tivemos nesta última viagem pela península ibérica a oportunidade de sermos confrontados com 2 Verdelhos distintos, um espanhol insípido, com aromas a banana verde, tropicais sim, mas sem persistência e um outro português, alentejano com uma elegância atroz… ficámos surpreendidos e rendidos á mestria do António Saramago, nosso amigo. Mas a maior reverencia fazemos às vinhas visitadas, mas que dedicação… que devoção á natureza e sabedoria atenta. Foram as vinhas mais espectaculares vistas nesta viagem, o Manuel Calado e sua família estão de parabéns. E são também destas vinhas, em especial Antão Vaz e Arinto, que nasce o Lost Village Branco 2007, leve sim, mas estruturado e elegante, tem de ser experimentado!!!!

Cerejeiras Colheita Seleccionada 2007: Do Produtor Companhia Agrícola do Sanguinhal Lda. e os Enólogos Eng.º Miguel Móteo e Eng.º José António Fonseca responsáveis por esta casa com imensa história na região da Estremadura. Este vinho branco de colheita cresce em cima de um solo argiloso através das castas Arinto e Moscatel. As uvas são colhidas manualmente, desengaçadas, ligeiramente esmagadas, repousam em maceração pelicular a frio (8-10º) durante 6-8 horas, para se extraírem os compostos fenólicos existentes na película da uva. Após prensagem e defecação pelo frio é feita inoculação com leveduras seleccionadas, sofrendo a fermentação alcoólica com controlo de temperatura à volta de 18º durante 15-20 dias. O engarrafamento faz-se após 5 meses de estágio em cubas de aço. Este vinho tem o teor alcoólico de 12º,de cor citrina com aromas florais pronunciados da casta Moscatel, na boca é fresco e frutado mas com um final prolongado e seco. Pode ser consumido, só ou acompanhado de entradas de marisco, saladas, peixes grelhados e carnes brancas.

Vamos então falar dos Brancos Intensos, mas proximamente… Até lá uma boa semana de trabalho

Francisco Albuquerque e Filipe Santos

(inspirado em inúmeros textos de Bloguistas)
 
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